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Artigo Original

Non-invasive positive pressure ventilation in patients with acute respiratory failure: factors associated with failure or success

Ventilação não-invasiva com pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda: fatores associados à falha ou ao sucesso

Marcelo Alcantara Holanda, Carlos Henrique Oliveira, Emília Matos Rocha, Rita Moara Bandeira, Isabel Veras Aguiar, Waltéria Leal, Ana Karina Monte Cunha, Alexandre Medeiros Silva

ABSTRACT

Objective: To evaluate the effects of non-invasive positive pressure ventilation (NIPPV) on acute respiratory failure and to identify the factors associated with its failure or success. Patients and methods: This open and prospective study analyzed 60 episodes of NIPPV use in 53 patients with respiratory failure. Results: In 37 occasions (62%), the patients were successfully ventilated with NIPPV (Success Group, SG) whereas in 23 episodes (38%) intubation was necessary (Failure Group, FG). FG patients showed a higher Apache II score (30.4 ± 9 versus 22.2 ± 8, p = 0.001). The use of NIPPV reduced respiratory rate after 2 hs. This reduction was less evident in FG (from 33 ± 9 to 30 ± 8 bpm, p = 0.094) than in SG (from 39 ± 11 to 28 ± 9 bpm, p < 0.001). PaO2 increased from 62 ± 22 to 101 ± 65 mmHg, (p < 0.001) with no differences between groups. Among patients with hypercapnia, PaCO2 level decreased in SG (from 76 ± 20 to 68 ± 21mmHg, p = 0.032) but not in FG (from 89 ± 23 to 93 ± 40mmHg, p = 0.54). Arterial pH increased in SG (from 7.25 ± 0.10 to 7.34 ± 0.11, p = 0.007) and not in FG (from 7.24 ± 0.07 to 7.21 ± 0.12, p = 0.48). NIPPV was used for longer in SG (3.4 ± 2.5 versus 2.3 ± 2 days, p = 0.003). Higher IPAP levels were used in SG (13.2 ± 3 versus 11 ± 4cmH2O, p = 0.02). The 10 patients (17%) who died, all belonged to FG. Skin lesions at the site of mask contact was the most common complication of NIPPV (5, 8%). NIPPV was efficient in treating acute respiratory failure in 2/3 of patients. The factors associated with failure were: greater severity of the illness, smaller reduction in the respiratory rate, no improvement of respiratory acidosis in 2 h and use of lower IPAP levels. The high mortality rate observed in FG (10, 43%) justifies efforts to optimize NIPPV implementation and to recognize its failure, as early as possible, in order to avoid delays in endotracheal intubation.

Keywords: Non-invasive positive pressure ventilation. Respiratory failure. Apache II. Hypercapnia.

RESUMO

Objetivo: Determinar a eficiência da ventilação não-invasiva com pressão positiva (VNIPP) na insuficiência respiratória aguda e identificar fatores associados ao sucesso ou falha. Pacientes e métodos: Estudo aberto e prospectivo analisando 60 episódios de uso de VNIPP em 53 pacientes em insuficiência respiratória. Resultados: Em 37 episódios (62%) obteve-se sucesso sem intubação (grupo Sucesso, GS), enquanto em 23 ocasiões (38%) os pacientes foram intubados (grupo Falha, GF). Os pacientes do GF apresentaram escore de Apache II mais elevado do que os do GS (30,4 ± 9 versus 22,2 ± 8, p = 0,001). Após 2h de VNIPP houve redução da freqüência respiratória, sendo menos intensa no GF (de 33 ± 9 para 30 ± 8irpm, p = 0,094) do que no GS (de 39 ± 11 para 28 ± 9irpm, p < 0,001). Houve aumento da PaO2 (de 62 ± 22 para 101 ± 65mmHg, p < 0,001), sem diferenças entre os grupos. Nos pacientes com hipercapnia houve redução da PaCO2 no GS (de 76 ± 20 para 68 ± 21mmHg, p = 0,032) e não no GF (de 89 ± 23 para 93 ± 40mmHg, p = 0,54). O pH se elevou de 7,25 ± 0,10 e 7,34 ± 0,11, p = 0,007 no GS, mas não no GF (7,24 ± 0,07 e 7,21 ± 0,12, p = 0,48). A VNIPP foi utilizada por mais tempo no GS (3,4 ± 2,5 versus 2,3 ± 2 dias, p = 0,003) e com níveis mais altos de pressão respiratória positiva em via aérea (IPAP) (13,2 ± 3 versus 11 ± 4cmH2O, p = 0,02). Dez pacientes (17%) foram a óbito, todos no GF. A complicação mais freqüente foi lesão de pele no ponto de contato da máscara com o nariz (5, 8%). A VNIPP foi eficiente no tratamento da insuficiência respiratória aguda em cerca de 2/3 das vezes. Pacientes mais graves, menor eficiência em reduzir a freqüência respiratória, em reverter a acidose respiratória e o uso de níveis relativamente mais baixos de pressão respiratória positiva em via aérea (IPAP) associaram-se à falha. A alta mortalidade (10, 43%) nos casos de falha justifica esforços para otimizar sua utilização e ao mesmo tempo para reconhecer precocemente suas falhas, evitando-se protelar a intubação traqueal.

Palavras-chave: Ventilação não-invasiva com pressão positiva. Insuficiência respiratória. Apache II. Hipercapnia.


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