Maria Auxiliadora Carmo Moreira, Maria Rosedália de Moraes, Rogério Tannus
ABSTRACT
Objectives: To report the results obtained in six-minute walk tests (6 MWT) performed in a group of patients under a pulmonary rehabilitation program (PRP) as a contribution to a better interpretation and the proper use of this test. Some factors that interfere with physical training during pulmonary rehabilitation were also studied. Methods: Retrospective data on 18 males and 5 females under a PRP were evaluated. During 3 months, the patients had 3 weekly training sessions to exercise the muscles of the lower extremities. The following parameters were analyzed before and after training: the distance walked during the 6 MWT and its relationship with the reference values calculated by the equations of Enright and Sherril; forced expiratory volume in one second, training load, heart rate (HR), respiratory rate (RR), oxygen saturation by pulse oxymeter (SpO2) and body mass index (BMI). Results: The values obtained during pre-training 6 MWT did not differ from the reference values calculated by Enright and Sherril equations (P = 0.777). After training, these values differed significantly (P = 0.001). The mean 6 MWT distance increase was 76 m. However, 3 patients did not reach the minimally significant increase of 54 m. Post-training 6 MWT correlated positively with pre-training FEV1 (P = 0.012), but not with load increase during training (P = 0.693). No significant difference in RR and SpO2 was observed before and after training. HR increased significantly at the end of post-training 6 MWT (P = 0.035). In 9 patients BMI was lower than the inferior limit. Six of them (66%) presented post-training distance increased in 54 m or more. Conclusions: The use of standardized methods for 6 MWT performance is recommended, even when reference values are targeted. The equations of Enright and Sherril for healthy subjects tended to yield underestimated values, with no statistical differences in training values in COPD patients. Differences in the encouragement technique employed could explain these conflicting results. Physical gain after rehabilitation was confirmed regardless of the patient's initial functional status, justifying the indication of rehabilitation even to those with severe respiratory limitations. The heterogeneous responses to load increase suggest the analysis of the predictive factors of the best response to training is necessary to customize load increase and thus obtain the best performance possible.
Keywords: Exercise test. Obstructive lung diseases. Rehabilitation. Respiratory function tests. Exercise.
RESUMO
Objetivos: Relatar resultados obtidos em testes da caminhada de seis minutos (TC6) de pacientes com DPOC integrantes de programa de reabilitação pulmonar (PRP), com objetivo de contribuir para interpretação e adequada utilização deste teste. Paralelamente, estudar alguns fatores que interferem no treinamento físico durante a reabilitação pulmonar. Materiais e métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, dados de 18 homens e cinco mulheres integrantes do PRP. Os pacientes foram submetidos a treinamento dos membros inferiores por três meses em três sessões por semana. Alguns parâmetros pré e pós-treinamento foram analisados: distância percorrida no TC6 e sua relação com os valores calculados pelas equações de Enright e Sherril para valores de referência, volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), carga de treinamento, freqüência cardíaca (FC) freqüência respiratória (f), saturação do oxigênio por oximetria (SpO2), índice de massa corpórea (IMC). Resultados: Os valores obtidos durante o TC6 pré-treinamento nos pacientes não diferiram dos de referência resultantes das equações de Enright e Sherril (p = 0,777). Houve diferença significativa nesses valores, após treinamento (p = 0,001). O aumento médio, na distância percorrida no TC6, após treinamento, foi de 76m; contudo, três pacientes não atingiram o aumento mínimo significativo de 54m. A distância percorrida, pós-treinamento correlacionou-se positivamente com o VEF1 pré-treinamento (p = 0,012), mas não com o incremento de carga durante o treinamento (p = 0,693). Não se observou diferença significativa na f, SpO2 no TC6 antes e após treinamento. A FC aumentou significantemente no final do TC6 após treinamento. Nove pacientes (39%) apresentaram o IMC abaixo do limite inferior; destes, 6 (66%) atingiram 54m ou mais de incremento na distância caminhada após treinamento. Conclusão: Sugere-se utilizar-se metodologia padronizada e adequada para realização do TC6, inclusive quando o objetivo for obter valores de referência. As equações de Enright e Sherril para indivíduos normais parecem tender a valores subestimados, não diferindo estatisticamente dos valores obtidos pré-treinamento nesses pacientes com DPOC. Isso se deve, provavelmente, a diferenças na técnica de encorajamento utilizada pelos autores. Confirma-se o ganho de performance física, após reabilitação, independente do estado funcional inicial, justificando sua indicação mesmo para pacientes com limitação respiratória acentuada. A resposta heterogênea ao incremento de carga sugere a necessidade de analisar fatores preditivos da melhor resposta ao treinamento, para personalizá-lo e obter a melhor performance possível dos pacientes.
Palavras-chave: Teste de esforço. Pneumopatias obstrutivas. Reabilitação. Testes de função respiratória. Exercícios.
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