Continuous and bimonthly publication
ISSN (on-line): 1806-3756

Licença Creative Commons
14983
Views
Back to summary
Open Access Peer-Reviewed
Educação continuada: Imagem

Hipodensidade na base pulmonar

Hypodensity at the lung base

Edson Marchiori1, Bruno Hochhegger2, Gláucia Zanetti1

DOI: 10.36416/1806-3756/e20210413

Paciente feminina, 22 anos, assintomática, fez uma tomografia computadorizada (TC) do tórax para esclarecimento de hipertransparência no pulmão esquerdo, visualizada em radiografia do tórax. A TC mostrou uma hipodensidade no terço inferior do pulmão esquerdo (Figura 1A) e a angiotomografia identificou a presença de um vaso anômalo (Figura 1B).
 

 
Hipodensidades pulmonares localizadas podem ser de natureza congênita ou adquirida. As principais causas da forma adquirida são o enfisema, as lesões císticas ou escavadas e o aprisionamento aéreo (bronquiolites, enfisema obstrutivo, síndrome de Swier-James-McLeod). É importante no estudo da lesão que se analise a presença de paredes, sua espessura e a existência de exames anteriores para comparação.(1)
 
Dentre as condições congênitas, devem ser discutidas a atresia brônquica, o enfisema lobar congênito (hiperinsuflação pulmonar congênita), os cistos broncogênicos, a malformação adenomatoide cística e o sequestro pulmonar. Algumas características de imagem podem diferenciar tais condições. Na atresia brônquica, a presença de brônquio dilatado cheio de secreção (broncocele) no interior da área enfisematosa é a chave diagnóstica. Os cistos broncogênicos em geral possuem paredes definidas, e podem estar cheios de líquido ou de ar. No enfisema lobar congênito, os vasos, mesmo que menos numerosos e de menor calibre, podem ser observados de permeio à área hipodensa. A malformação adenomatoide cística em geral é composta por uma massa multicística.(1)
 
O sequestro pulmonar corresponde a uma porção do pulmão separada do restante do parênquima normal recebendo suprimento sanguíneo por uma artéria sistêmica anômala, em geral o ramo direto da aorta. A característica de imagem que sela o diagnóstico é a identificação da artéria anômala, que na grande maioria dos casos se situa em segmento basal posterior de um dos lobos inferiores. A lesão pode ser cística, uni- ou multiloculada, sólida ou mista, podendo ter a presença de níveis líquidos. O sequestro pode ser intra- ou extralobar. Na forma intralobar, mais comum, a porção sequestrada fica limitada pela pleura visceral do pulmão normal. Já na forma extralobar, o parênquima sequestrado possui envoltório pleural próprio. Em geral, pacientes com sequestro pulmonar são assintomáticos, mas podem também apresentar infecções respiratórias de repetição, especialmente na sua forma intralobar. A forma extralobar frequentemente está associada a outras malformações congênitas.(1,2)
 
REFERÊNCIAS
 
1.            Müller NL, Silva CI, editors. Imaging of the Chest. Philadelphia: Saunders-Elsevier; 2008. https://doi.org/10.1590/S1806-37562017000000381.
2.            Gabelloni M, Faggioni L, Accogli S, Aringhieri G, Neri E. Pulmonary sequestration: What the radiologist should know. Clin Imaging. 2021;73:61-72. https://doi.org/10.1016/j.clinimag.2020.11.040.

Indexes

Development by:

© All rights reserved 2024 - Jornal Brasileiro de Pneumologia