Carlos Viegas, Rob Roy Macgregor, Ronald G. Collman
Com o objetivo de determinar a necessidade de confirmação microscópica do diagnóstico de pneumonia por Pneumocystis carinii (PPC), comparando grupos de pacientes tratados empiricamente com aqueles com confirmação diagnóstica, foram revisados os dados clínicos e laboratoriais de 82 pacientes internados em nossa instituição com infecção respiratória durante o ano de 1994. Estes pacientes formaram um grupo PPC (n = 37), dos quais 17 tiveram diagnóstico confirmado e 20 foram tratados empiricamente; e um grupo não-PPC (n = 45), com infecção respiratória que não PPC. O grupo PPC diferiu significativamente dos pacientes não-PPC por apresentarem maior duração dos sintomas, dispnéia mais freqüente, predomínio de lesões radiológicas bilaterais, menor contagem de células CD4 e menor uso de profilaxia anti-PPC. Quando comparamos os pacientes tratados empiricamente para PPC com os que tiveram confirmação diagnóstica de PPC, não observamos diferença estatisticamente significativa em qualquer das variáveis estudadas, exceto por um maior nível sérico de DHL nos pacientes com diagnóstico confirmado. Portanto, concluímos que confirmação microscópica pode não ser essencial em pacientes infectados pelo HIV com achados típicos de PPC e que tratamento empírico baseado no diagnóstico clínico pode ser uma alternativa razoável neste grupo de pacientes.
Keywords: PCP management. Empiric treatment.