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Artigo Original

Tabagismo em estudantes de Medicina: tendências temporais e fatores associados

Smoking among medical students: temporal trends and related variables

Ana Maria Baptista Menezes, Pedro Curi Hallal, Fernando Silva, Marcos Souza, Luciene Paiva, Aline D'Ávila, Bianca Weber, Viviane Vaz, Fernando Marques, Bernardo L. Horta

ABSTRACT

Background: Although the prevalence of smoking among medical students declined steadily between the 1960s and 1980s, it seems to have stabilized in recent years. Objectives: To evaluate temporal trends, over the last 17 years, in the smoking habits of medical students at the Universidade Federal de Pelotas, in the state of Rio Grande do Sul, Brazil, and to identify some possible risk factors for smoking. Method: Cross-sectional surveys with comparable methodologies were conducted in 1986, 1991, 1996 and 2002. Self-administered questionnaires were used. Smokers were defined as those who were smoking at least one cigarette per day for at least one month. Descriptive analyses were carried out, as well as crude evaluations using chi-square tests for heterogeneity and linear trend. In addition, Poisson regression, adjusted for age, was used in order to evaluate the effect of medical school class year on the incidence of smoking. Results: The prevalence of smoking among UFPel medical students was 10.1%, statistically similar to values found in 1991 and 1996. No differences in smoking frequency were found relating to sex, age, or parental smoking. The prevalence of smoking was found to increase progressively over the course of medical school. Conclusions: The downward trend in smoking prevalence among UFPel medical students is being replaced by a stable rate of approximately 10-15%. Anti-smoking campaigns are still necessary in university environments, especially in medical schools.

Keywords: Smoking/trends. Smoking/epidemiology. Medical students/tobacco use cessation. Cross-sectional studies. Questionnaires.

RESUMO

Introdução: Após o declínio observado na prevalência de tabagismo entre estudantes de Medicina entre as décadas de 1960 e 1980, parece estar ocorrendo, atualmente, uma estabilização nessa prevalência. Objetivo: Avaliar as tendências temporais de tabagismo entre estudantes de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (RS) nos últimos dezessete anos, e alguns dos fatores associados ao hábito de fumar desses estudantes. Método: Estudos transversais com metodologias comparáveis foram conduzidos em 1986, 1991, 1996 e 2002. Questionários auto-aplicáveis foram utilizados. Definiu-se como fumante o indivíduo que fumava mais de um cigarro por dia há mais de um mês. Foram realizadas análises descritivas iniciais, análises brutas com utilização dos testes de qui-quadrado para heterogeneidade e tendência linear, e regressão de Poisson para avaliar o efeito do ano cursado sobre a freqüência de tabagismo, com controle para a idade do estudante. Resultados: A prevalência atual de tabagismo entre os estudantes foi de 10,1%, valor estatisticamente similar ao dos levantamentos de 1991 e 1996. Não foram encontradas diferenças na prevalência de tabagismo por sexo, idade, tabagismo materno ou paterno. A freqüência de tabagismo aumentou durante a faculdade. Conclusões: A tendência de declínio na prevalência de tabagismo em estudantes de Medicina da Universidade Federal de Pelotas parece estar sendo substituída por uma estabilização em torno de 10% a 15%. O combate ao fumo ainda parece indispensável em ambientes universitários, especialmente nas escolas de Medicina.

Palavras-chave: Tabagismo/tendências. Tabagismo/epidemiologia. Estudantes de medicina/abandono do uso de tabaco. Estudos transversais. Questionários.


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